sexta-feira, 16 de março de 2012

O gosto pelo lixo


Outro dia, estive no mercado comprando um queijo e um freguês da banca me vem com essa: "Em Imperatriz, qualquer negócio que você colocar dá dinheiro". Realmente o freguês tem toda a razão. Aliás, o cliente sempre está em primeiro lugar num ambiente civilizado. É a incessante busca pela qualidade total, pela higiene total, pelo cumprimento do Código de Defesa do Consumir e pela excelência no atendimento.
Entretanto as regras têm excessões e Imperatriz não foge da regra. O baixo poder aquisitivo é o motivo óbvio da minha teoria prática: Se você vender qualquer coisa numa bicleta cargueira, num caixote de madeira ou numa tábua que pode ser até a porta de sua casa, o sucesso vem a galope, nem que seja com baixa renda. Mas se você alugar um ponto, investir pesado em equipamentos e contratação de pessoal, manter o estabelecimento no mais rigoroso padrão de higiene, estará fadado à bancarrota em menos de 48 horas.
O cérebro cauterizado pelo calor infernal de Imperatriz prevalece na imensa maioria de seus viventes. A acomodação chega a padrões alarmantes. Nada se cria na cidade e muito menos se transforma. O padrão é inercial, até mesmo na quantidade de viventes, que há mais de 10 anos não sofre qualquer alteração, segundo o IBGE.
Muitos especuladores imobiliários, muitos oportunistas, muitos golpistas, muitos hackers, muitos metidos a espertos, muitos políticos, muitos de muitos poucos bem intencionados. Proliferam-se os maus em detrimentos ao apoio dos bons.
E assim forma-se uma ciranda de enganos e de enganados que não se pode enxergar a olho nú, porque o inimigo está à espreita cuidando da distrção dos viventes.